Estimulaçao Cardíaca Artificial na Terapêutica da Insuficiência Cardíaca

Estimulaçao Cardíaca Artificial na Terapêutica da Insuficiência Cardíaca

Authors

  • Anísio Alexandre Andrade PEDROSA
  • Martino MARTINELLI FILHO
  • Roberto COSTA

Keywords:

insuficiência cardíaca, marcapasso, estimulaçao cardíaca multi-sítio

Abstract

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) vem se tornando um dos maiores problemas de saúde publica mundial, acometendo pelo menos 15 milhoes de pessoas. Apesar de todos os avanços terapêuticos, a mortalidade permanece elevada e a taxa de transplantes cardíacos ainda é muito baixa. A estimulaçao cardíaca artificial para o tratamento da ICC iniciou-se em 1990 com o marcapasso atrioventricular (DDD,C) com programaçao de intervalo AV curto, evoluiu para a estimulaçao multi-sítio, e hoje apresenta resultados promissores. A estimulaçao biventricular tem demonstrado vantagens clínicas na avaliaçao sob o ponto de vista da classe funcional (NYHA), da qualidade de vida ou dos parâmetros hemodinâmicos. Em 1995, Nishimura estudou 15 pacientes com disfunçao ventricular severa, distribuindo-os conforme os valores do intervalo PR: (grupo 1 > 200 ms e grupo 2 < 200 ms). Observou que os pacientes com intervalo PR longo (média de 283 ms) apresentavam melhora do débito cardíaco (cerca de 38%) após a adequaçao do intervalo AV. A pressao de enchimento ventricular esquerdo e o tempo de enchimento diastólico também apresentavam melhora significativa (p=0,003). Por outro lado, pacientes com intervalo AV <200 ms (grupo II) apresentavam piora do débito cardíaco. Estudos realizados por Buckingham, comparando a estimulaçao bifocal do ventrículo direito (via de saída e apex) em pacientes com funçao cardíaca normal e posteriormente com funçao cardíaca deprimida, nao evidenciaram melhora significativa do débito cardíaco, do diâmetro diastólico do VE e da dP/dT. A reduçao da duraçao do complexo QRS, entretanto, foi significativa sob a estimulaçao bifocal do VD. Esses resultados foram similares aos de Dupuis e LeHelloco, apresentados recentemente no congresso mundial da Sociedade Americana de Eletrofisiologia e Marcapasso (NASPE-1997). Cazeau demonstrou o comportamento favorável dos portadores de cardiomiopatia dilatada sob estimulaçao biventricular em comparaçao à convencional: aumento de 20 a 25% do débito cardíaco, reduçao da pressao capilar pulmonar (19 a 23%), reduçao do tempo de contraçao ventricular esquerda e aumento do tempo de enchimento ventricular. Em 1998, Leclercq e Gras utilizaram a ergoespirometria para demonstrar o incremento do consumo de oxigênio (VO2 max) de 11,2±3 para 15,3±3 (p<0,0001) em pacientes com disfunçao ventricular severa, além do aumento do tempo de exercício de 6,3±1,6 para 8,6±5 min (p<0,0001), após 6 meses sob estimulaçao biventricular. Em 1998 iniciou-se no InCor estudo de estimulaçao biventricular para pacientes com ICC e bloqueio de ramo esquerdo. Até o momento foram acompanhados 24 pacientes que apresentaram melhora significativa da classe funcional de ICC (NYHA) com reduçao de 1,3 em comparaçao ao período pré-estimulaçao (3,4 para 2,1), melhora no teste de caminhada de 6 minutos (234 para 411 metros), além de reduçao na densidade e na complexidade das arritmias ventriculares após 6 meses de estimulaçao biventricular.

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Published

2000-10-17

How to Cite

PEDROSA, . A. A. A., FILHO, . M. M., & COSTA, . R. (2000). Estimulaçao Cardíaca Artificial na Terapêutica da Insuficiência Cardíaca: Estimulaçao Cardíaca Artificial na Terapêutica da Insuficiência Cardíaca. JOURNAL OF CARDIAC ARRHYTHMIAS, 13(4), 195–202. Retrieved from https://jca.org.br/jca/article/view/2976

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