Persistência da veia cava superior esquerda e implante de dispositivos cardíacos eletrônicos
Persistência da veia cava superior esquerda e implante de dispositivos cardíacos eletrônicos
Keywords:
Veia Cava, Dispositivos CardíacosAbstract
FUNDAMENTO: A persistência da veia cava superior esquerda (PVCSE), embora rara, é a anomalia venosa mais comumente encontrada no tórax. Quando identificada durante procedimentos de implante de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), pode ser um desafio para a técnica. OBJETIVO: Avaliar os casos descritos na literatura de implantes de todos os tipos de DCEI em portadores dessa anomalia venosa. MÉTODO: Após dois implantes bem sucedidos de cardiodesfibriladores implantáveis de dupla-câmara em pacientes com PVCSE, buscou-se descrever os casos existentes na literatura de implante de DCEI em portadores de PVCSE nas bases de dados do PubMed e Lilacs. Os critérios de inclusao foram: artigos em inglês ou português publicados na íntegra sobre a PVCSE em pacientes submetidos a implantes de marcapassos (MP), cardiodesfibriladores (CDI) e ressincronizadores cardíacos associados ou nao ao CDI (TRC-D e TRC). Foram descritos o tipo de dispositivo implantado, o número de casos, os dados clínicos dos pacientes, a presença ou ausência de veia cava superior direita e veia inominada, o método diagnóstico, a via de acesso, as particularidades da técnica, as observaçoes pertinentes e as complicaçoes. RESULTADOS: Foram encontrados 130 artigos sobre PVCSE e DCEI publicados de abril de 1971 a junho de 2013 e analisados 89, com um total de 123 pacientes portadores de PVCSE submetidos a implante DCEI (86 MP, 15 TRC, 12 TRC-D e 10 CDI). Houve predomínio do sexo masculino e a idade média foi 63 ± 17 anos. A cardiopatia congênita esteve presente em 8% dos casos. A veia cava superior direita e a veia inominada estavam ausentes em 30 e 11% dos casos, respectivamente, muito embora esses dados nao estivessem disponíveis em 32 e 60% dos relatos, respectivamente. A principal indicaçao para o implante do MP foi o bloqueio atrioventricular (56%), seguido de doença do nó sinusal (42%). A via de acesso preferencial foi a veia subclávia esquerda (36%) e o método diagnóstico mais utilizado foi a flebografia per-operatória (40%), seguida da observaçao do trajeto do guia (34%). A cardiopatia isquêmica esteve presente em 50, 40 e 33% dos pacientes submetidos a implante de CDI, TRC e TRC-D, respectivamente. A maioria dos submetidos a implante de TRC-D foi para prevençao primária e foi utilizado o cabo-eletrodo de choque com coil duplo. No caso dos pacientes que receberam implante de CDI, a finalidade foi a prevençao secundária e foram utilizados mais cabo-eletrodos de choque com coil único. As principais complicaçoes foram a dificuldade no trajeto do cabo-eletrodo pelo sistema venoso anômalo, o deslocamento precoce dos cabo-eletrodos e a dificuldade de fixaçao do cabo-eletrodo de ventrículo esquerdo no seio coronário dilatado. Foram descritas técnicas alternativas, com formaçao manual de U ou L no guia do cabo-eletrodo, uso de guia em J de átrio para alcançar o ventrículo direito e o uso de bainhas pré-formadas. CONCLUSOES: Embora a PVCSE traga dificuldades adicionais à técnica de implante, todos os médicos devem ter em mente a possibilidade de se deparar com essa anomalia venosa que, no entanto, nao impede o implante de nenhum tipo de DCEI.Downloads
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Published
2013-10-17
How to Cite
Bragança, . Érika O. V. (2013). Persistência da veia cava superior esquerda e implante de dispositivos cardíacos eletrônicos : Persistência da veia cava superior esquerda e implante de dispositivos cardíacos eletrônicos . JOURNAL OF CARDIAC ARRHYTHMIAS, 26(4), 260–270. Retrieved from https://jca.org.br/jca/article/view/2455
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