Anticorpos anti-receptores a neurotransmissores e sua correlaçao com a alteraçao da dispersao do QT e da variabilidade da freqüência cardíaca

Abstract

Objetivos: Estudar a associaçao entre as alteraçoes da variabilidade da frequência cardíaca (VFC); dispersao do QT e a presença de anticorpos anti-receptores a neurotransmissores na doença de Chagas (com ou sem cardiopatia). Material e Métodos: Em uma mostra de 241 indivíduos, foram incluídos 108 pacientes chagásicos em período indeterminado; 102 com cardiopatia grupo A (classificaçao do Conselho da Doença de Chagas e Miocardiopatias Infecciosas Dr. Salvador Mazza) e 31 controles nao chagásicos. Neles, a infecçao foi detectada com três reaçoes serológicas positivas, determinou-se a presença de IgG anti-RA com o método ELISA e alteraçoes da VFC por Holter de 24 hs e la dispersao do qt por mediçao electrocardiografica. Métodos estatísticos: Chi quadrado; Odd Ratio; avaliaçao de Mantel y Haenszel; regressao logística múltipla. Resultados: Um 31% dos indeterminados (34 casos) apresentam AcsRN positivos. Destes pacientes 20 (58%) possuem valores iguais ou maiores a 65 mseg na DQT e 23 (67%) possuem valores iguais ou menores a 100 ms na DS da SDNN. Dispersao do QT > a 65 ms e AcArN positivos 20 ptes (95,2%) e 1 com AcArN negativo (4,8%). 28 pacientes apresentavam alteraçao da VFC (SDNN Conclusoes: A presença de IgG anti-RA, de alteraçoes da VFC e da dispersao do QT foi mais significativa com maior idade e cardiopatia. Na etapa indeterminada encontrou-se a presença de anticorpos anti-receptores anti-neurotransmissores em uma porcentagem significativa, o que sugeriria que sua presença é um indicador precoce de Disautonomia e suas complicaçoes (arritmias severas, morte súbita e falha cardíaca). Possivelmente, os dados obtidos permitiram deduzir que a inclusao destes testes dentro de um algoritmo de estudos do infectado e doente chagásico, possibilitariam separar um grupo de alto risco de evoluçao da doença.